A Faculdade de Enfermagem (Fenf) da Unicamp passou a coordenar o treinamento de profissionais dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Jundiaí. A capacitação voltada aos enfermeiros que atuam nesses serviços integra um projeto de pesquisa desenvolvido no contexto da reforma psiquiátrica brasileira, em parceria com a Prefeitura Municipal de Jundiaí. De acordo com a professora Vanessa Pellegrino Toledo, coordenadora da iniciativa, o projeto surgiu da necessidade de repensar o papel do enfermeiro na área da saúde mental. “Hoje, ele é cada vez mais chamado a atuar como agente terapêutico, uma transformação impulsionada pela reforma psiquiátrica brasileira, que instituiu os serviços psicossociais e as residências terapêuticas”, afirmou. Toledo destaca que a expansão desse modelo favorece a atuação integrada das equipes multiprofissionais, nas quais o enfermeiro assume papel estratégico na redefinição das práticas de cuidado. O profissional passa a desenvolver ações voltadas à promoção da saúde, à prevenção de agravos, à recuperação e à reabilitação dos pacientes, contribuindo para superar o modelo assistencial centrado na doença. O projeto adota uma abordagem qualitativa, com base na pesquisa-ação, método que visa à solução de problemas coletivos por meio da participação colaborativa entre pesquisadores e profissionais envolvidos na realidade estudada. Além dos CAPS de Jundiaí, a iniciativa abrange também duas residências terapêuticas de Campinas: o CAPS Esperança e o Serviço de Saúde Cândido Ferreira, instituição considerada referência histórica na reforma psiquiátrica brasileira. Brinquedos terapêuticos A ação em Jundiaí inclui ainda uma pesquisa de doutorado sobre o uso de brinquedos terapêuticos, desenvolvida pela enfermeira Giulia Delfini, sob orientação da professora Vanessa Pellegrino Toledo, da FEnf. “A proposta é criar um espaço em que a criança em sofrimento psíquico possa expressar suas angústias e medos por meio da brincadeira, sua principal forma de comunicação”, explicou Delfini.
De acordo com as professoras doutoras Vanessa Pellegrino Toledo, Ana Paula R. F. Garcia, Erika C. Marocco Duran e Marciana Fernandes Moll, coordenadoras da iniciativa, o projeto surgiu da necessidade de repensar o papel do enfermeiro na área da saúde mental, conjuntamente articulado à gestão de saúde municipal.
O estudante de enfermagem Gustavo de Andrade Nunes, de 24 anos, integrou a pesquisa agregando para a base teórica uma revisão integrativa da literatura, como fruto de sua iniciação científica. "Foram 12 meses de pesquisa em trabalho conjunto. Integrar o grupo de pesquisa foi um desafio, já que o tema exige uma base teórica densa, com referências nacionais e internacionais.
Ficha técnica
Produção e entrevistas: Fábio Gallacci
Imagens: Marcos Botelho Junior, Aguinaldo Matos e Thaís Pimenta
Edição de texto e narração: Silvio Anunciação
Edição de imagens: Thiago dos Anjos
Coordenação: Patrícia Lauretti