No dia 28 de julho de 2020, o periódico International Clinical Intections Diseases publicou o artigo “Disproportionate impact of COVID-19 among pregnant and postpartum Black Women in Brazil through structural racism lens” escrito pela Profa. Dra. Débora de Souza Santos em parceria com grupo de pesquisadoras da área de obstetrícia de várias universidades públicas brasileiras.
O manuscrito aborda a temática das grávidas pretas terem duas vezes mais chances de morte provenientes da COVID-19 do que as brancas no Brasil. O país, atual epicentro pandêmico mundial, segundo o estudo, apresenta impacto desproporcional em grupos étnicos historicamente oprimidos, e em análise dos casos registrados no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe, as mulheres pretas apresentaram perfil médio de idade e morbidade semelhante às mulheres brancas, mas foram hospitalizadas em piores condições (maior prevalência de dispneia e baixa saturação de O2), apresentando taxas superiores de admissão na UTI, ventilação mecânica e óbito.
Em entrevista ao Infobae, jornal argentino, a Profa. Débora cita: “O coronavírus não é racista e sexista, mas sim a gestão sanitária e social da crise. As disparidades raciais na mortalidade por COVID-19 no Brasil foram comprovadas. A discriminação é dos médicos? Não se pode afirmar. No sul do mundo, não se trata de quem prioriza o uso de respiradores, mas de quem tem a possibilidade de respirar. As mulheres grávidas e as mães Pretas foram afetadas desproporcionalmente pelo COVID-19 devido a processos originados fora do hospital”.
O artigo teve repercussão em mídias nacionais e internacionais, dentre elas o Jornal G1 da Rede Globo, o argentino Infobae, a rádio CBN e a Rede TVT.
A Faculdade de Enfermagem parabeniza todas as pesquisadoras envolvidas no estudo, em especial nossa docente Profa. Dra. Débora de Souza Santos, e prospecta que a pesquisa tenha grande influência em soluções para enfrentamento do grave problema destacado.
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